O Ensino Superior tem de se modernizar para melhor responder aos desafios do futuro.  O Governo definiu uma estratégia de médio e longo prazo que assume como principal objetivo a convergência do país para a Europa do conhecimento até 2030, tendo o Conselho de Ministros aprovado ontem um conjunto de medidas de que se destacam:

• A atribuição de doutoramentos tanto por universidades como por institutos politécnicos e que estabelece elevados níveis de exigência ao nível da capacidade de investigação das instituições.

• A limitação da expansão de mestrados integrados, por retardarem o acesso ao mercado de trabalho e impossibilitarem que os estudantes façam a licenciatura e o mestrado em instituições diferentes, fomentando a concorrência e a melhoria de qualidade dos cursos.

• Esta nova estratégia de inovação pretende que até 2030 estejam no ensino superior 60% dos jovens de 20 anos e 50% dos jovens entre os 30 e os 40 anos, de forma a democratizar o acesso ao ensino superior.

• Reforçar as exigências de integração na carreira docente para efeitos de acreditação de ciclos de estudos, de forma a proporcionar o desenvolvimento de carreiras académicas e científicas em instituições públicas e privadas.

• Favorecer o recrutamento de doutorados pelas empresas e estreitar a relação entre as instituições académicas e o mercado de trabalho.

• Criar um novo mestrado, com a duração de um ano, com orientação profissional, assegurando parcerias empresariais, assim se facilitando a formação superior para quem já tem experiência profissional.

• Alargar a capacidade de recrutamento de estudantes com experiência profissional para a frequência de formações superiores curtas (CTeSP), permitindo que estes alunos possam obter o diploma no prazo de um ano, mantendo a relação com a atividade profissional que atualmente desenvolvam e creditando a sua experiência profissional.

As medidas agora anunciadas são suportadas por um relatório da OCDE, divulgado há uma semana, que faz uma análise muito interessante da situação atual do ensino superior português e propõe um conjunto de medidas para a sua renovação, a maioria das quais são agora adotadas pelo Governo. A maior lacuna deste relatório é debruçar-se apenas sobre o ensino superior tutelado pelo Estado, não havendo praticamente uma linha sobre o ensino superior privado, que representa quase 20% do total, e que é ignorado como um parceiro importante e como um ator fundamental do processo de reforma indispensável.

O Relatório sublinha que é fundamental aumentar o fluxo de estudantes do secundário para o superior, com particular destaque para os oriundos dos cursos profissionais, o que exige uma mudança de paradigma no sistema de acesso.

As universidades e os politécnicos continuam demasiado dependentes do respetivo ministério e os seus figurinos de gestão estão ultrapassados, a lógica da gestão empresarial devia substituir a lógica burocrática de um serviço público e o financiamento devia ser cada vez mais autónomo e diversificado, por outro lado a interação com as empresas continua muito aquém do desejável.

Os corpos docentes estão envelhecidos e são demasiado fechados, não há abertura a contratação de docentes estrangeiros e as promoções são endógenas, o que dificulta a renovação e a abertura à inovação.

As instituições, sobretudo as do interior, nem sempre são vistas como polos essenciais de desenvolvimento regional, pelo potencial formativo, de investigação e de partilha de conhecimento e pivots da criação de riqueza e da fixação de pessoas.

Para a ESSSM trata-se de enfrentar com a mesma determinação os novos desafios para os quais nos temos vindo a preparar, corpo docente cada vez mais qualificado, reforço da oferta de cursos, articulação com os empregadores, cooperação com outras IES, nacionais e estrangeiras, atenção a novos públicos.

Os desafios são cada vez maiores e para uma pequena escola como a nossa só com o rigor, exigência, trabalho e qualidade nos permitirão manter-nos num percurso ascendente, sempre com um espírito de equipa à prova de tormentas e sem nunca perder de vista a inspiração e o suporte das irmãs FMNS.

Foto: UGR MEDIA

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