Semana de Sensibilização para a MalNutrição

Terminou ontem, dia 14 de novembro, a 3ª semana de sensibilização para a malnutrição, à qual a ESSSM se associou desde o início.

Devido aos crescentes avanços tecnológicos e de conhecimento, assiste-se a um envelhecimento gradual da sociedade e consequente aumento da prevalência das doenças crónicas. Este aumento da longevidade poderá condicionar alterações nutricionais, associadas a fatores físicos, psicológicos, fisiológicos e/ou patológicos, ambientais e económicos.

Existe correlação entre a desnutrição com aumento da suscetibilidade à infeção, perda muscular, atrasos na cicatrização, aumento do tempo de internamento, redução da qualidade de vida do doente e do cuidador e aumento da morbilidade e mortalidade. As taxas de prevalência de desnutrição são preocupantes: podendo variar dos 20 a 65%, dependendo das populações, das ferramentas de rastreio usadas, e dos cut-offs utilizados, sendo o risco mais elevado aquando dos internamentos hospitalares, seguindo-se as estruturas residenciais para idosos.

Neste sentido, e sendo os cuidados nutricionais um direito humano, tal como consagrado na Declaração de Cartagena, é importante que todos os profissionais de saúde estejam comprometidos com os mesmos. É urgente que, nos cursos pré-graduados, sejam fornecidas ferramentas básicas e ou intermédias, e que estas sejam uniformes. É importante que não hajam discrepâncias nos diferentes programas formativos, como, por ex., considerar-se a Nutrição como unidade curricular autónoma, opcional ou inexistente ou a inclusão de conteúdos dispersos ao longo de diferentes unidades curriculares. Só assim poderemos ter profissionais adequadamente preparados, assumindo uma prática baseada em evidência em detrimento de uma prática baseada na tradição, sendo capazes de detetar, estabelecer adequados planos de tratamento, monitorizar e vigiar.

Não nos podemos esquecer: os cuidados nutricionais são um direito de todos.